A leishmaniose é uma doença muito grave, causada por um protozoário de nome Leishmania chagasi. Esse protozoário é transmitido por um flebótomo, que é um insetinho parecido com um mosquito desses comuns, porém menor. Durante o ciclo desse protozoário, ele precisa de dois hospedeiros, o inseto e um mamífero, como o cão ou o homem.
A leishmaniose canina ocorre com mais frequência na América Latina e nos países mediterrâneos (Portugal, Espanha, França, Itália, Malta, entre outros). No Brasil ela está espalhada por diversos estados, com menor incidência na região sul.
Se ele não for vacinado e for picado por um flebótomo contaminado, ele contrai o protozoário. O flebótomo pica a partir do entardecer e durante o restante da noite. Gosta de lugares úmidos e quentes, de preferência perto de matos e resíduos orgânicos em decomposição. Uma única fêmea pode infectar até 3 pessoas ou cães.
Lesões de pele, perda de pelo na região das orelhas, boca, nariz e olhos, presença de feridas; crescimento acelerado das unhas; anemia, caquexia, poliartrites entre diversos outros sintomas podem ser notados em um cão com essa doença. Meu cão tem alguns desses sinais, e agora? Para saber se seu cachorrinho tem ou não a leishmaniose, você precisa levá-lo ao médico veterinário. Se após o exame clínico o profissional suspeitar dessa doença, ele precisará pedir um exame de sangue, ou às vezes, mais de um. Há outras doenças que também dão feridas na pele, por exemplo. Para se dar o diagnóstico exato, só através do exame. Quando o animal está em uma área endêmica, é comum o centro de zoonoses do município fazer a coleta de material com frequência, para diagnosticar e controlar a doença.
O tratamento existente não cura o animal de vez, mas, na maioria das vezes, consegue eliminar os sinais clínicos e permitir que o bichinho tenha uma vida boa. Porém, o pet continua sendo o reservatório da doença e por isso, o Ministério da Saúde proíbe o tratamento de cães portadores e recomenda a eutanásia dos cães infectados.
Como nem todo mundo é a favor desse procedimento, o Tribunal de Justiça, em 2013, determinou que a portaria que obrigava os profissionais a eutanasiar esses animais fosse anulada, ou seja, permitiu o tratamento. Porém, logo em seguida, o Conselho Federal de Medicina Veterinária, que é quem fiscaliza os médicos veterinários e, quando necessário os processa e pune, emitiu um documento proibindo qualquer profissional de realizar o tratamento. Caso um médico veterinário trate um bichinho e o conselho venha a saber, o médico veterinário será processado pelo conselho, podendo até perder o direito de exercer a profissão.
Entender tudo isso é necessário, pois pode ser que a leishmaniose seja diagnosticada e, embora você tenha lido que a justiça é a favor do tratamento, o médico veterinário não possa realizá-lo e venha a indicar a eutanásia, devido às leis que regem a sua profissão. É importante ressaltar também que não é porque o profissional indicou a eutanásia que ele realmente concorde com esse procedimento. Muitos discordam, mas são obrigados a agir de acordo com a legislação que os rege.
Como sempre, a prevenção é o melhor a ser feito. Há vacina que pode ser aplicada somente pelo médico veterinário. Antes de ser aplicada, o animal será submetido a exame de sangue e, dependendo dos resultados, o melhor protocolo será informado. Evitar o mosquito, mantendo o ambiente no qual o animal vive sempre limpo, também é essencial para evitar o flebótomo. Além disso, há uma coleira de nome Scalibor® que promete impedir que o animal de estimação seja picado.